domingo, 14 de setembro de 2025

Insensatez

 


(foto pessoal)


Um belo dia, uma joaninha foi passear no parque e, enquanto rodava pela panorâmica gigante, ouviu uma conversa muito alta.

Olhou para todos os lados e percebeu que vinha do jardim colorido, bem à frente do brinquedo que a divertia tanto.

Uma violeta dizia à orquídea por que ela não era mais humilde. A charmosa, por sua vez, descarregou toda sua raiva na pequena margarida amarela e lhe questionou porque ela não mudava o disco do malmequer.

Ela, chateada, deu uma olhada ao redor e percebeu a tulipa radiante, não perdeu tempo de desopilar sua indignação e lhe contestou sua altivez. Por conseguinte, a elegante flor não se conteve, se dirigiu ao cravo e fez alusão às brigas que ele tinha todo dia com a rosa.

Lá do alto, Joaninha ria da insensatez das flores que perdiam tempo em comparações e acusações sem piedade.

Ficava reflexiva, enquanto ouvia o rosário de lamentações do jardim, em suas flores, lá embaixo.
Das alturas de uma roda gigante, via tudo tão  bonito, enxergava muito melhor do que antes de escalar.
Será que as flores não percebiam a beleza de onde moravam, no conjunto não viam que erram todas lindas e importantes?
Ela pensava em seu íntimo, como lamentavam o tempo perdido com chorumelas, tendo a natureza como local de moradia.
Nem sequer davam importância ao jardineiro que todos os dias lhes trazia sustento.
Não se entusiasmavam pelo ambiente perfumado por onde elas poderiam habitar sem se ferirem com os espinhos que algumas tinham de nascença, mas que não teria problema se todas respeitassem seu lugar comum com a dignidade com que foram germinadas.
Até a vida das flores tem picuinhas.





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