(foto pessoal - Petrópolis - RJ)
Era Quarentena, resolveu desenhar, refrescar a mente em dias de estio de muito calor que fazia em sua plaga.
Estava se sentindo mal, refreada pelo clima seco, o sol ardia até tarde do dia, ao caminhar pela orla, havia uma neblina fervendo que mais se assemelhava à fumaça de caldeirão no inverno.
Pegou seu material de pintura, paleta de cores, pôs uma música relaxante e começou a traçar linhas indiferentes ao resultado, visando somente descontrair.
Voou em suas concepções, mal podia consentir quando viu algo com forma definida no papel.
- Uma lâmpada! Exclamou ela, perplexa.
Sempre que acontecia vagamente assim, ela se perguntava o porquê do que lhe saiu, se era uma pontuação divina.
Depois de postular, percebeu o significado espiritual da delineação:
"A energia da alma, quando ela amadurece na busca do espírito, é nosso centro mais profundo de consciência".
Ficou matutando sobre ser luz, a força superior não a queria nas trevas, no desamor, na maldade dos insensíveis, no poderio da injustiça.
A luz é o Amor de Deus por ela e por todos.
Nada a poderia tirar dos braços do afeto seguro, da resplandecência que alumia seu horizonte.
Fechou sua prancheta de trabalhos de projetos e saiu a caminhar pela sacada a fim de visitar suas flores coloridas que lhe davam vigor a cada dia.
Deus, uma vez mais, pontuou seu estado de ânimo e lhe deu novo viço para o que haveria de vir.
Para quem suplica o dom do discernimento, tudo serve para explicar sentimentos não identificados de início quando eles espreitam o ser humano.
Basta orar e incumbir.