Mira as flores, tão tristonhas, agora no isolamento da idade. Elas, sua paixão desde sempre se insinuavam no percurso. Já sem grande entusiasmo, admira as mimosas pela ventana. Suas vizinhas, também idosas, procedem da mesma maneira.
As flores a entendem, são amor, compactuam da sua amarga solidão na janela, à espera e são cúmplices da sua lamentação num tempo de angústia.
Dá pequena atenção, às suas e a dos arredores, pelas frestas, são alegria saudável. Crê que tenham compaixão da sua situação. Um dia voltará a contemplá-las na rua também.
Tantas alegrias e cores já lhe deram!
Ao entorno, permanecem fiéis, amam como ela. Não tem confinamento que elimine a fragrância das perfumadas nem o amor do seu coração. Atrás das pequenas fendas, está num confisco sem maiores aberturas.
São fortes elas, o Criador é condoído.
Há tantas flores e pessoas, atrás dos espaços que são permitidos contemplar!
Perfumam a todos nem que seja das claraboias!