(foto pessoal Cataratas do Iguaçu PR)
Ela tinha o cuidado extremo de não melindrar o coração das pessoas. Esse era o seu jeito fraterno de ser.
Seu apelido era docinho de coco, dado pelo seu neto do meio.
Que missão bonita era tornar-se mãe e avó!
Seus filhos estavam crescidos, ela havia ficado só. Seus meninos vivem suas próprias vidas, precisava deixá-los viver livres a construírem seus mundos na paz e na alegria sem que ela fosse um empecilho para eles.
Alugou um quarto num pensionato de religiosas, foi lá viver.
Perdia-se, diariamente, em suas recordações.
Sempre fitava muitas fotos, colecionava-as desde os herdeiros pequeninos, quando ela começou a trabalhar.
O curioso é que tinha traços da sua fisionomia de jovem, mas tinha crescido bastante em valores cultivados, com lágrimas, desafios superados.
Era desapegada a ponto de nada ter a não ser o seu amor em prontidão perene aos seus amados. Não lhes faltava jamais.
Seu coração jorrava amor, seu papel nesse mundo o havia, diligentemente, aceito. Ora por outra, lá estava ela, novamente a se perder em recordações do tempo vivido junto aos seus, que enchiam, plenamente, seu coração terno, dedicado de mãe avó.
Sendo assim, fitava suas fotos com dor de saudade, mas com alegria da missão cumprida, num misto de sentimentos diversos que mesclavam seus dias, contristando seu coração algumas vezes, entretanto deixando-a com a consciência reta, mesmo diante de algumas acusações que lhe feriam à alma sofrida.
Quem a conhecia, mais profundamente, via nela a imagem da solitude perene, alguns não entediam porque ela sempre tinha um sorriso aberto, delicado, mesmo quando percebiam que ela nada mais tinha, nem mobília, exageros, supérfluos.
Praticamente nada, só muito amor no coração e nostalgia na alma.
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