Ela é revestida de sentimento, imaginação, experiência, anseio, romantismo.
Seu quarto é taciturno, permanece em quietude, arquiteta com solicitude, se adormecesse, se entressonhasse, voejava ao paraíso.
Se lá colhesse uma mimosa flor, se a tivesse entre as mãos na realidade do lar, saboreava o calor da lareira, próxima à alcova, um fogo acesso não malogrado, teria nele a ardência do seu coração.
Chovia lá fora, garoava, estava gelado, gotas embelezam seu jardim. É uma sonhadora autêntica, não é coisa das mais resoluta. Mesmo na insegurança, conserva seu afeto intacto.
Há um misto de afetividade, comoção em seu leito. Na mesa, um livro a lhe inspirar, um romance a lhe acalentar. Na linda caixa, pétalas aveludadas incumbe.
São demonstração de carinho, belas recordações de uma vez especial onde, feliz, ornamentou o aconchegante aposento. Rosas rubras desfolhou, uma a uma foi beijada, quis, prontamente. atapetar o ninho de afetividade, perfumar e adornar o romance sedutor.
A vela presenteada guardou-a intacta, apagada, bem selada a simbolizar o afeto ainda vivo, numa quimera de primavera tão sonhada e vivenciada.
Está zelando do que é dela sem ele, por ele, por ela. Cuida, com amor, do vergel. Tem uma moldura na parede a eternizar ambos a sós.