domingo, 2 de novembro de 2025

Da Infância à Maturidade

 


(foto pessoal Emboacica Anchieta ES)



Desde menina,  adorava chegarem às férias ou datas mais longas comemorativas para saírem de viagem ao interior do Espírito Santo com seu pai amado.

Gostava de atravessar a pé, porteiras de madeira que eram postas também  para animais como bois, vacas ou bezerros não passarem.

Na entrada do sítio, um córrego limpinho ia com ela em paralelo, atiçando o gosto que já tinha pela água de um modo em geral, sendo ainda pequenina.

Ao adentrar na varanda, seus sonhos iam sendo aguçados cada vez mais.

O que se sucederia desta vez? Teria o doce de tomate que ela e outros meninos da fazenda iriam colher nos pés em tom de brincadeira? A senhora, dona da casa,  faria os biscoitos no fogão à lenha, a manteiga batida na garrafa até se condensar o leite será que teria?

Brincariam os infantes na varanda grande de pega varetas e outras diversões não informatizadas?

Ficaria contemplando curiosa e caladinha as moças ralando coco e abóbora no riacho para fazerem doces saborosos caseiros?

E a missa dominical? Que lindo era pôr seus vestidinhos da cidade de tecido brocado para, com toda devoção e de véu branco na linda cabeleira cacheada, ir rezar! Ia toda prosa e dengosa receber sua Eucaristia com apenas oito aninhos e muita fé já tinha.

Era pequeno o povoado, cercado de morros esverdeados, como num aro de aconchego, num círculo de ternura que alimentou sua alma até o adormecer dos seus dias.

Até hoje, quando vai à roça, se extasia e fica sentada na grama olhando jardins, pássaros, gados, ar puro respirando, no alcance do seu olhar abraça um cenário inspirador.



Cinderela Noite e Dia


(foto pessoal Isla de la Canela Espanha)


Uma mulher lutava por causas perdidas, desconhecia a palavra recompensa em seus atos. Caminhava entre dúvidas internas ou externas, Sorria e chorava, contraproducente nas alegrias e tristezas. Cancelava sonhos em prol dos mais amados.  Acreditava e esperava além das aparências. 

Era forte e fraca, dependendo das circunstâncias. Caía em poços, afundava-se na lama. Emergia pela Bondade Divina! 

Perdia-se em palavras, nem todas inúteis. Era frágil, falante, fugaz. Distribuía, com amor, emoções. Pena que se perdiam, na maioria das vezes, pelos demais.  Dava tudo de si, distribuía sorrisos, sentimentos. Nunca se sentia desmoronada totalmente. Tinha Deus a lhe embalar e a lhe soerguer, lhe integrando como se fosse única, inteira, uma muralha intransponível para mentiras, para desamor, para o não querer. 

Perdoava porque amava, Deus a fez assim por sua herança paterna. Tentava se recuperar do que não parecia recuperável. Entendia porque amava mesmo sabendo que ninguém se preocupa em compreender, o que se assemelha a um mistério sem fim. Agradecia, fazia-se mister! 

Emprestava, doava, ia além das medidas padronizadas, até mesmo ao amor do mundo, que é tão finito. Chorava por amor, por ser amada, por não ser. Esperava um recomeço pois todos, se não vamos por amor, vamos pela dor um dia ou outro. 

Apesar de: dissabores, desilusões, traições, decepções, conquistava e era conquistada. Vivia, ardentemente,  como mulher, vivia intensamente todas fases como a lua. Nunca esquecia o quê e a quem amava. 

Sua missão é cicatrizar feridas enquanto as suas iam sangrando dentro do seu peito. Ninguém se empenhava em vê-las. Era bálsamo por palavras, ao menos. 

Tinha muito de princesa, dizem que era especial, mas, para ela, era apenas mulher/menina, era flor e orvalho. Chorava calada, sorria outro tanto num misto dentro e fora de dela.  Tropeçava, caía, voltava, andava. 

Não era mulher maravilha, mas Cinderela noite e dia.





Globalização

(foto pessoal colheita na roça) Q uem nos dera termos sempre alimentos aos quem tem fome! O mundo tem uma gama variada de recursos inexplor...