(foto pessoal - Anchieta - ES)
No cair da tarde, na calada do anoitecer, com o horizonte em tons fortes e mistos, do roxo ao amarelo clarinho, era ela em seu melhor momento.
As garças, depois da azáfama do bando faziam seu recolhimento como a mulher no silêncio do seu coração.
Num ímpar discrição, onde podia aliviar tensões, rever seu dia, sonhar com um amanhã dourado com outros céus fabulosos.
Assim, ficava deitada dentro do barco, escondidinha das sombras noturnas, outros assustadores fantasmas do espírito, acolhendo seus mais nobres e doces sentires, afetando toda sua maneira de ser viver, nesta etapa da sua vida.
O rio jogava suas águas mansas, no remanso do mar sagrado juntamente com suas lágrimas que lhe lavavam o rosto das dores e cansaço diários.
Doce quimera cotidiana, tempo de reflexão, serenidade e retiro da sua alma com perspectivas de um mundo cada vez melhor e mais bonito, a começar pelo seu próprio âmago.