sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Mar Sagrado


(foto do filho - Praia da Costa - Vila Velha - ES)


Olha os fluídos que a refrescameles lhe dão intuições, minoram desilusões. Sente seu  corpo mergulhar no hidro, debulhar em lágrimas. 

De botelha fosse o ser, água petrificada, tornar-se-ia, bem mais ornada.

Vê-se do jeito como se manifesta, onde se liquide, lagoa, mar, piscina, cachoeira a desaguar. Sua alma se inunda e se desinfesta, sai depurada no corpo e mente, é purificada e bem temente.

Visualiza um auspicioso mergulhar no azul, é como contemplar a Estrela do Sul. Aguar a impregna, encharca, inunda a todo ser existente, com conciliação oriunda.

Na pacificidade,  vai prosseguindo, de correntes aquáticas, ressurgindo.

Contempla, nadando, voejando, marear, pisando nas areias tenras, locomovendo-se e sondando.

Ama tanto o Mar Azul Sagrado. sem expressão exemplar ao agrado de louvar as Místicas Águas, mesmo em palavras mal escolhidas.


Viajante Itinerante

 

(foto pessoal - Praia das Virtudes - Guarapari - ES)



Não sabe o que ocorre ultimamente,  vive-se uma conjuntura sem tempo, mesmo tendo ensejo de aprazer-se, de albergar a autoridade, acatar,  estimar, influenciar e exonerar.

Cingir a mão e declarar: obrigada, bom dia, são modestos gestos de admiração e  bem haja  pela vida.

Quando ela perscruta o céu, entrevê em frente, a auxilia a omitir vitupérios, clamar, abalizar o amor, endossar, esperar reincidir a amar, renascer e regressar a se fortalecer.

O tempo de ser auspiciosa chegou, de esmerar-se ao outro, de não ser prisioneira do desdém. A escassez de fraternidade gera antagonismo, torna-se apenas uma viajante num mundo tão intrigante rumo aos luzeiros do infinito, com direito à estrela cadente, muito envolvente, iluminada, requerendo amor, ânimo e libertação da própria especificidade.

Será que a ocasião a arrefeceu ou ela é apenas uma transeunte itinerante instigando a maneira de ser, na galáxia do viver?




quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Delicadeza de Alma


(foto pessoal -  Praia das Castanheiras - Guarapari - ES)

Pessoas passavam e descendiam numa maratona circunstancial.
Quase que a atropelavam pela senda com  muita celeridade, característica da concentração hodierna desenfreada no portarem-se de forma alucinante.
No eixo da multidão, estava uma cidadã que circulava absorta pelas gotas de chuva grossa que derrocavam na localidade tão ativa e se mesclavam às suas lágrimas num misto de contrição e melancolia.
Todos queriam resolver suas necessidades sem se darem conta de como, dentro de um povaréu, ela estava vagueando para despistar seu ânimo e buscando ganhar ascendência a fim de sobreviver ao pesar que a assolava há um ciclo que mais se assemelhava à sua origem.
Subitamente, uma umbrela esbarrou na sua e alguém percebeu em sua face úmida, debaixo do protetor plúmbeo.
Um homem cheio de intrepidez, tomado de um sentimento de solidariedade, ousou indagar se ela carecia de algo, se estava indisposta, com toda brandura e diligência que convinha num diálogo com uma pessoa com quem não se tem familiaridade.
A mulher não conseguia sequer balbuciar, seu pranto falava por si só, vinha do seu coração muito dilacerado, estraçalhado de tanta nostalgia e indiferença.
O homem caminhou lado a lado e permaneceu na discrição junto à sua companhia.
A mulher parou de andar em frente ao pélago e ambos se olharam terna e demoradamente.
De repente, a chuva caía mais mansa e só o mar tinha mais água do que as que rolavam na sua face embebida.
Ficaram a contemplar o oceano, agora eram dois corações a ouvirem o bramido das ondas a se quebrarem na areia sagrada como a dizerem que ambos estavam sendo purgados de corpo e alma.
Doravante, caminhariam sob a tutela do "Guarda-chuva-do-amor".
A suavidade une seres sensíveis numa afeição que ninguém consegue detonar, nem mesmo o sagrado mar tão majestoso.



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Veredas Poéticas


(foto pessoal - Praia das Castanheiras - Guarapari - ES)

Quando esquadrinha as veredas da vida, tudo se torna poesia. Um pormenor pode voltear uma inspiração.
Caminhar sem saborear o cenário é apenas exercitar o corpo. Faz até bem, entretanto não só convém.
Um suporte florido incita o exercício da sua mente, a ginástica da essência no cotidiano bulício.
No frio, a aquece; na ardência, a refrigera e a comove.
É musa floral tudo que não seja banal.
Boqueja, quando ela regressa da perambulação, que só carece de um café, pois um chá de primavera já edifica seu ser com galanteio e crédito.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Natureza Espantosa

 

(foto pessoal - Dois Irmãos - Anchieta - ES)

Não tem elemento que a deixa mais estupefata do que a natureza com suas inusitadas dádivas em átimos sortidos.
Ia para uma paragem a oura indistintamente e zás!
Quando menos pensava se surpreendia com uma graciosidade pêndula ou configurada no panorama onde residia.
Por mais que soubesse que o Criador fosse um artesão exímio ímpar, sempre se deslumbrava ante a exibição da sua clarividência.
A emoção era tanta que, como diria algum gaúcho perdido pelos arredores, caíram os butiás da algibeira.
Hipérbole? Claro que não!
Toda transcendência da Criação era mesmo de fascinar.
Quem  faria tal façanha? Certamente que ninguém, dizia em seu coração cheio de pasmo e ao mesmo tempo, regozijo.
Em seus lazeres, brindava com seu Deus por ter feito tudo tão satisfatório.
Afinal, o que mais a intimidava era saber que o ser humano não valorizava tanta graciosidade natural e destruía tudo sem comiseração nem complacência.
Era assim a maior procedência de lhe cair os tais frutos do alforje.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Aquarela Meiga



(foto pessoal - Guarapari - ES)


Era uma vez uma aquarela apessoada e bem refugiada pelo seu Criador. Ele a instalara num transparente e dulcificado coração . 

Seguia incansável em espargir no universo todo bafejo de cores bem aromáticas. 

Numa certa conjuntura, tingia de afogueado sua radiante práxis, vistoso era o elã da tenra, juvenil maneira de pincelar seu  sucinto mundo. 

Chegou um ciclo maduro, cheio de supressão e, sem descortinar, coloria sua vida de  negro, pardo, tons cinzas e enferrujados. Tal e qual sentia seu ser latejar branda e friamente. 

Mais para frente, entretanto, muitas décadas ultrapassadas, um anjo guardião lhe obsequiara um balde da cor azul, com pincéis de várias dimensões onde não só se viu matizada dessa tonalidade como também pode tingir a vida de alheios ao seu arrebalde, espalhado pelo mundo afora. 

Havia uma medusa inclemente que lhe arrancara de suas caritativas mãos afáveis e obreiras, as mais encantadoras nuances azuladas e, propositalmente, lhe restituíra aquele velho balde vermelho, porém, como era muito desalmada e cobiçosa, o rubro tinha coloração e  gustação de sangue,  extinguiu-se o brilho tonalizado do passado, tudo ao  seu redor exalava pêsames e prostração mortal. 

Cabia a ela, juntamente com seu edificador e mantenedor, despejar toda tinta fosca, raspar todas os tapumes internos  do seu coração e, mesmo exaurida, pôr-se na melhor dos seus tingimentos de vida: cerúleo do tom do oceano. 



domingo, 23 de fevereiro de 2025

Esfuziante Arroubo


(foto pessoal - Guarapari - ES)


Um dia o firmamento estava muito carregado,  opressivo, repleto de turvações bem melânicas. Peregrina, risonha, a perscrutar uma brecha, uma nesga de céu azul, foi fantasiando.

Animada, nada reprimida, exulta, vê frestas azuladas, não se contém, deixa para a retaguarda todo cinza e exalta, imediatamente, o deleite toma conta do seu ser. 

Um esfumaçado branco insistia em permanecer, mas a exuberância do celeste cenário acabou por predominar e lhe alucinar. Seu coração explodia e irradiava luz. 

A natureza tem efeito nas diligências, embora deva-se lutar contra sensações, uma rixa de sol já afasta toda nostalgia, o rosto se torna radiante, o semblante irradia júbilo. 

Com um desejo exitoso no peito, estando cerúleo o dia ou não, torna-se relevante, é esfuziante o ímpeto interno de felicidade, energia chega inocente, na mais rara sinergia.


sábado, 22 de fevereiro de 2025

No Silêncio Noturno

 

(foto pessoal - Praia da Areia Preta - Guarapari - ES)


O que esconde a noite? Camufla o silêncio da alma, do corpo, do coração. Ruídos espalhados pelo ar fazem ouvir a voz das vagas do mar.

Ouve-se pessoas gargalharem ao longe, frêmitos loucos, impiedoso espivitamento, ruídos vários pelo ar notívago.

Como se fosse um subterfúgio do espelhar humano, malogrado em alvoroços ao redor de si mesmo.

Sem profundidade, a profusão do fecundo se extingue, a malquerença envolve humanidade em profundidade, descabidamente.

Parece ser proveniente do  remanso dos sentimentos nobres, da incapacidade de se fazer silêncio interior. 

No mutismo noturno, a ternura pode circundar e descontaminar das descabeladas urgências das sociedades efêmeras exigindo coisas passageiras.

Pode-se eximir do caduco se alastrar, pois a noite deve ser mágica.





Ter um Blog

 


(Foto pessoal)



Está sendo uma interação importante como também uma gama de conquistas alcançadas há dezesseis anos. 

Escrevo por gostar, por ter o Dom da escrita, reconheço e agradeço a Deus. 

É preciso, entretanto, dividir meu tempo para viver bem, paralelamente ao que posto e comento. 

Preparar-me para aprender muito em todos os níveis do meu viver! 

Conviver com os meus semelhantes e com meus dissemelhantes é um grande desafio é aprendizado inigualável. 

Ter um blog é muito bom para me enriquecer partilhando.




Cerúleo Estiloso

  (foto do filho Praia da Costa ES) N um momento precioso de firmamento cerúleo, saiu a passear com boa disposição de aproveitar bem o dia....