Tinha um sonho bonito que guardava desde a juventude no refúgio secreto do seu coração.
Era uma mulher batalhadora e trabalhou muito até o tempo em que podia realizar seu desejo onírico.
Como admiradora do campo, escolheu com calma um belo ranchinho onde o casal de velhinhos havia ido morar com filhos na capital e resolveu se desfazer daquela pérola campal.
Quando foi conhecer o aconchegante vilarejo, já se apaixonou pela calma do lugar.
O cenário era admirável. Arrancou suspiros em seu coração enamorado pelas coisas do interior.
Sabia que teria poucos vizinhos, não teria problema. Ao menos com três poderia partilhar seus bolinhos de milho, um café quentinho feito no fogão à lenha atrás do casebre que iria reformando aos poucos, sem pressa e de acordo com suas possibilidades financeiras.
Ao redor, tinha uma árvore muito alta que a fazia lembrar das cerejeiras de Itapecerica da Serra, onde passara dias de imensa alegria e revestida de muito Amor do amado do seu coração.
Em suas raízes quase expostas, havia um canteiro de rosas, entremeadas com onze horas e margaridas das pequeninas e brancas. Miosótis davam um toque especial.
A vida estava se transformando em cor-de-rosa. Num rosado tênue, de beleza extraordinária. Um doce encanto para seu olhar contemplativo.
Quando à tarde, sentada na rede, admirava a natureza, via tudo com muita ternura e gratidão. Realmente, valera a pena ter esperado tanto para realizar seus ideais da juventude. Estava vivendo um momento feliz da sua vida até o final dos seus dias, sozinha e Deus.
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