Era uma mulher sensível, gostava de paisagens bucólicas, era seu refrigério constante.
Não tinha inconveniente em atravessar a ponte de sua cidadezinha para desfrutar dos parques adornados com flores.
Os vergéis enfeitados com flores multicolores lhe encantavam sua visão e seu olfato.
Precisava da energia solar, havia lido um pensamento numa certa ocasião, procurava desde então, amenizar as sombras da sua alma.
Parava sobre a ponte, contemplava as águas azuladas que corriam ininterruptamente por sobre o rio da sua aldeia.
Nada lhe passava despercebido.
Olhando pelo outro lado, cada vez mais se enamorava do lugarejo onde vivia na contemporaneidade.
Desejava ser ponte aos que, por umas horas do lado de lá, os que precisavam dela, da sua ajuda e proteção.
A modo de se encher de forças espirituais, procurava um santuário que ficava a um quilômetro de onde vivia.
Precisava dos momentos externos vividos bem gravados para viver com dignidade do seu lar cuidando dos seus afazeres cotidianos.
A nostalgia não fincava raízes, logo seria outro dia e repetiria o mesmo percurso com sabor de primeira vez.
Era assim que vivia, solitariamente, há anos numa conexão perfeita consigo pela ligação dos dois lados da sua moradia.
Sua alma perfumada resistia a toda intempérie, uma vez que sua ponte a interligava ao seu lado espiritual.
Do cume da ponte e do Alto lhe vinha a fortaleza necessária. Afinal sua vida sempre fora de associações e ligações entre o Céu e a Terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário