segunda-feira, 31 de março de 2025

Éden Encantado

(foto pessoal Praia das Virtudes Guarapari ES)

Era uma vez um jardim, com cores tênues e suaves. Esquilos, pássaros, borboletas, joaninhas, muitas flores delicadas, folhinhas verdes, galhos, cogumelos, pedrinhas, arbustos, tucano fazendo ninho aos filhotinhos.

Gaiolas de portas abertas, casinha de tucano, abrigo suave na noite, aconchego de pássaro no ninho.

No tal parque, ela era fada ativa, vivia num éden encantado inspirada pela natureza. 

Nele havia muito charme, beleza, graciosidade e leveza, tons claros, doçura, formosas rosas, ternura.

Seu bosque aficionado era pura formosura, junto aos seus lindos bichinhos.


domingo, 30 de março de 2025

Camponesa Balsâmica

 

(foto pessoal)

Nos tufos pelos prados, a campesina vivia seus momentos exalando amor pelo verde, num êxtase de deslumbramento do seu ser reverente, pleno de doçuras e cânticos de louvor.

Havia tido uma ruína há uns anos e resolveu cultivar a terra, coabitar no interior, numa roça agradável, de povoado mínimo.

Em certa ocasião, sentira a experiência de que todo jardim nascia de um sonho de amor não concretizado.

Elegeu as rústicas às vestes urbanas, a juta era seu linho de suprema estirpe.

Dialogava com as mimosas, vibrava com o nascimento de cada botão inaugural, na meticulosa plantação.

Havia um canteiro formoso de amor-perfeito, tratava tudo com desvelo, era de encantar a quem passeava pelo cativante e calmo recanto florido.

Sabia que o amor imenso que tinha em seu coração se comparava à flor. Se não cultivasse, regasse e tratasse com carinho, certamente pereceria.

Comparava as flores à presença da esperança vivaz, conforme o nobre sentimento, ambos incendiavam seu espírito.

Um vergel bem tratado exala pacificação e harmonia, é afetividade disposta.

Esforçava-se, ao máximo, na plantação, tinha a ciência de que necessitava de ânimo e generosidade, estava alinhada a dar certo, assim como se comportou na brandura que vivera anteriormente a se tornar uma jardineira.

Considerava as flores como supremacia a ela, como se recebesse delas uma força gravitacional bem como ocorre na afetividade entre os seres humanos, gerando uma relação recíproca afetuosa e intensa.

Tinha consciência da estreita relação da flor e o maior afeto.

Quando os turistas da região conhecessem sua floricultura, vivenciariam, ao doarem um mimo perfumado à afetividade do seu coração, seria um sol no dia nebuloso de alguém.

Seu canteiro seria a prolongação do seu afeto sincero dispensado agora a outros seres de odor agradável e não a uma pessoa em particular. 

Viveu eternamente cheirosa até seus últimos dias cá 

na Terra.

Aprendeu os dois envolvimentos de leniência que exalaria doravante o antes e a atualidade.




sábado, 29 de março de 2025

Entre o Cosmos e o Mar

 

(foto pessoal - Anchieta ES)

Estimava contemplar o pélago, permanecia uma eternidade meditando, refletindo sobre a mobilidade ferrenha das vagas gigantes na Praia da Arrebentação ou das marolas suaves na Praia dos Namorados.

A gurizada prezava pelo verão, férias ou recessos prolongados a se divertirem com pandorga colorida solta no ar aformoseando todo firmamento.

Responsáveis atentos supriam a carência infantil talvez não vivida ou retornavam aos sabores de criança, soltando taipas de todo tipo nas praças, descampados ou campinhos de futebol.

As piazadas eram um modo de ser verdadeiramente crianças felizes.

A agrura estava no cerol, altamente condenado pelo dano que causa aos transeuntes, mesmo dando aos meninos a alegria de amputar as pipas dos outros pipeiros e vibrar com o maravilhamento do êxito na hilaridade.


sexta-feira, 28 de março de 2025

Ciclo de Urgências

 

(foto pessoal)

Era uma criatura agradecida por todos os livramentos em etapas pungentes. Dialogava, periodicamente com o Mestre.

Tinha dia em que a hora não passava, se arrastavam as claridades, mas o mundo corrompia sob sua proteção divinal.

Ficava absorta em seu refúgio, houvesse chuva ou sol, tinha a convicção de que seus braços sagrados estavam abertos para todos. De ninguém, se desaprendia.

Nonagenária Cidade Maravilhosa, abraçando os que estavam sofrendo ou desfavorecidos de alguma maneira.

Turistas encantados ficavam, com tanta perfeição.

Recordava-se de quando subiu para visitá-lo, fazia alguns anos. Tudo lá em cima estava dissimulado pelo ruço que lhe cobria o postal.

Repentinamente, a luminosidade se rompeu e ouviu-se um unânime oh!

Tinha urgência de avença a humanidade.

Pedia socorro ao Alto, libertos sejam os humanos de toda malignidade aos corações.

Confiava de que algo bom viesse, cria.

Seus braços estendidos abertos acolhiam a cada dum dos filhos residentes naquele abençoado lugar tão sofrido.

Ela tecla, enquanto isso,  aguardando resposta que só a fidelidade do Senhor lhe daria.

Pedia licença ao mundo, pela caridade, a não levar mais do que um flagrante e já estar com o olhar bondoso dilatado para todos na sua grandiosa empatia.

Clamava pelo discernimento, tinha a convicção de que seria atendida pela sua contrição. Persistia na constância de subsistir pela crença devota.



quinta-feira, 27 de março de 2025

Bordejos Refrigeradores

 


(foto pessoal Vila Velha ES)

Apreciava contemplar a natureza, independentemente das circunstâncias e dos seus vastos encargos filantropos.
Após um período de enclausuramento, por desgosto, perdeu um pouco da alegria de viver, não teve mais vontade de ir a lugar algum.
Já consegue sair do casulo, no tempo atual, desfrutando o que lhe remanesce viver que não deverá ser superabundante tempo pela idade que já tem.
Costuma sair no autodenominado passeio de um dia, vai cedo e volta à noite.
Os entretenimentos pela região serrana do seu Estado são deveras restauradores. Até numa plaga mais longínqua se aventurou a pernoitar com o círculo de amizade, numa pousada. 
A praia onde reside é seu refúgio seguro, um refresco na ardência e onde fica sem celular, sistematicamente, saboreando o momento de apreciar o vaivém das vagas, sem que nenhuma pessoa a perturbe. Vai solitária e permanece consigo.
Tem visto o efeito do ficar às ordens do lazer por uns ápices a cada dia, num ócio engenhoso necessário.
Demarca gradativamente, o valor que tem o entretenimento e, atualmente, está num surto criativo que a realiza bastante onde idealiza uma Feira Literária que participará, sem nenhuma celeridade. 
Opta por ser assim, intercalar trabalho com lazer é indeclinável.



quarta-feira, 26 de março de 2025

Amor em Lascas

 

(foto pessoal)

Viviam um venerável e derradeiro amor.

Almejavam unir seus parcos pertences como num entrelaço de aspirações, buscaram algo modesto onde pedaços de seus sonhos pudessem, prontamente, tomar alguma feição precisa.

Encontraram uma vivenda muito desajeitada em princípio. Tanto a fazer teriam, passariam um tempo considerável como a sobrepor uma incógnita a fim do casebre obter um ar mais categórico.

Vinham de lares desfeitos, já estavam acostumados a acatar corações despedaçados.

Enfim, teriam um domicílio bem colorido de afeto e paz.


terça-feira, 25 de março de 2025

Pesca Malograda

 

(foto pessoal)

Um velho pescador divisava o mar. Adorava ficar contemplando a maré que nem sempre estava para peixe.

Ela sentia o marisqueiro como tombado ao chão, quando exercitava praticar a  pesca, quase por vício tóxico.Seu molinete, como fagote, tinha mofo, só dava mosca na tripa que colocava como  isca e nada mais.

Desferia o chapéu da cabeça rumo à casa, nenhum pescado fisgara e passava no mercadinho a providenciar azeite e cereal a fim de incrementar seu farnel sem a cavala sonhada.





segunda-feira, 24 de março de 2025

Caixa Surpresa

 


(imagem da IA)

Convidou-a a bailar, ela se fez requintada, toda formosa.

Uma instância assim foi um bálsamo a amainar seu infundado medo de amar.

Não rechaçou sua linda invitação, airosa, perfumada, charmosa, foi ao baile, já enamorada.

Trouxe-lhe de presente um precioso estojo muito bem ornado.

Nunca mais se sentiu rebaixada, recebeu amor, junto à joia delicada.

O presente mais chique não deixaria de ser seu nobre coração palpitando no peito do lado esquerdo.

Vivem o afeto sempre pulsando, vencendo todos os desafios.





domingo, 23 de março de 2025

Ajardinar

 

(foto pessoal)

Contempla flores nos jardins no seu pequeno alpendre.

Têm algumas que persistiram na última mudança de residência.

Está organizando seus jarros, frascos de plantas. Confessa que elas a enfeitiçam demasiadamente. Ainda fica estupefata como que nem asno que comeu urtiga, embasbacada mesmo.

Já teve vivenda grande com vergel, dá azáfama para cuidar, crê que valha a pena as mimosas distinguir.

Hoje em dia, para, contempla, fotografa, guarda todas no jardim do seu coração perfumado. Ele é grande como seu sorriso como a expressão da vez.


sábado, 22 de março de 2025

Cenário Amoroso

(foto pessoal Araruama RJ)

Seu dia inaugurou feliz desde o amanhecer.

Desperta os olhos com os beijos suaves do amado.

Subitamente, um frio invade o quarto onde tinham se aconchegado à noite, ambos se aqueciam num edredom leve e coração em chamas.

Quando o amado teve uma brilhante ideia de irem ao bosque atrás do chalé onde estavam. Cenário altaneiro com cadeira de balanço na sacada. 

Sentiam que estavam vivenciando radiosamente, o crepúsculo da vida com suavidade, acrisolaram toda  tensão cotidiana.




sexta-feira, 21 de março de 2025

Manifestação Divina

 




(foto do filho - Praia da Costa - Vila Velha ES)



Num lugar apaixonante, foi residir já por duas vezes na imediação da cidade, da outra, a escolher o súpero. 

Pela circunvizinhança de predileção, não acedeu ao amargor nem aos reveses.

Contempla a reta do horizonte, só sente puro amor.

No vaivém das ondas, se alegra todos seus dias, magnetismo é  viver num paraíso pleno de instantes mágicos de alegria. Pela redondeza, se reinventa sempre, se despoja de dores. 

Tinha determinado permanecer  até receber alguma pista diferente lhe ser oferecida, não tinha dissabores. 

Não havia como consentir o desguarnecido, mirar o mar azul  era  seu paraíso, peregrina num passe de condão, é  o lugar mais lindo do seu Estado ao seu modo de sentir.

Ondas vão, ondas vêm,  ela perscruta, faz ginástica, há  algo muito atraente,  a cor do  sagrado mar. Azul ou verde não importa,  é  um espetáculo a amar.

A sedução acontece em seu coração ansioso de afeto, não sente disposição de abandonar o paraíso abundante de flor. Não percebe ser  ilusão, tudo é pura Manifestação Divina.

Vazio? As ondas do oceano sagrado a levam para um recuado, a urbe a acolheu com afagamento e lhe é grata. 



quarta-feira, 19 de março de 2025

Equinócio Outonal


(foto pessoal)

Era arremate de março, foi deambular pelo campo. Distante, ficou embevecida com as montanhas em tom azulado.

Andejou muito até se extenuar. Sentia muita sede, se questionou se não era um misto de desejo na alma, de secura de afeto, de fraternidade, de paz na humanidade.

Um pouco distante dela, estava uma cisterna, um duto de bambu onde corria água fresca.

Saciou a vontade de fluído puro, uniu suas mãos como uma concha e sorveu a delícia natural que o Altíssimo oferta com prodigalidade.

Quando ia prosseguir seu passeio campal, num dia quase outonal, percebeu, com hilaridade, que havia jerimum recém colhido na horta próxima.

Recebeu a leguminosa como uma pista de que seria frutuosa sua estada naquele povoado tão bem-quisto.

Levou e, no fogão à lenha, fez para o jantar uma abóbora recheada com camarões para o deleite da irmandade que a acolhia.

Adornou o prato com as folhas nas cores outonais que lhe outorgou um charme todo extraordinário.

Sua estadia por ali foi muito aconchegante.


Porções Amorosas


(foto pessoal - Praia dos Namorados- Guarapari - ES)

Um certo casal enamorado dava cobiça aos que o circundavam.

Tinha uma cumplicidade ofegante, em tudo conciliava.

A maior era os momentos descontraídos em que podia deambular pela Praia dos Namorados.

Ambos preenchiam seus dias bem produtivamente, não se desviavam de seus comprometimentos diários.

Nada era munição para darem desculpas aos impulsos dos dois corações amorosos, parceiros que eram. Em alguns períodos do dia, se encontravam, por alguma razão, sempre davam um jeito.

Por sua vez, ela era toda afeição para com seu amado.

Passeavam, calmamente, pela areia da orla e até trajados inapropriadamente, pois tinham que dar crédito à ocasião que oportunizavam ser a ideal, seja como estivessem, se encontravam, num momento fugidio que conquistavam.

Acontecia algo inusitado quando se assumiram como casal à beira-mar, era tanta turbação que ficavam muito tempo silenciosos, só se abraçando, com carinhos meigos.

Experimentavam pura ternura a dois. Até o cãozinho dela se calava comovido. O mar se recolhia calmo. Tudo tomava ar orvalhado ante o amor compactuado na incondicionalidade. O silêncio do coração só era interrompido para as despedidas, num até breve que o coração não desejava, mas era necessário.

Prodigioso amor que os imbuía de espírito de aconchego pródigo. Como almas gêmeas onde um adivinhava os sentimentos do outro com uma perspicácia que só o afeto benfazejo pode gerar nos corações que se querem bem.

Um dia, na mesma praia, nunca mais os viram passear por lá.

Foi-se para sempre após um incidente, não sem antes lhe dizer em baixo tom ao ouvido, como que sussurrando:

-Cuida-te, querida!

Não tinha impulso para falar mais um A.

No que lhe concerne, ela não podia sequer mais passar por lá na praia em que eles passeavam tanto, os seus olhos se debulhavam em lágrimas que se mesclavam ao mar, formando poças de amor azul.







terça-feira, 18 de março de 2025

Rasgos Divinos

(foto pessoal)

Seu amanhecer estonteante marca seu coração com um céu de rasgo de fogo que a enrijece e a torna forte.

Um espetáculo que preza, não se importando se nascente ou poente, o sol é rei e se veste de majestade a cada dia, sempre pomposo.

Deleita-se ao vê-lo se pôr. Têm dias que quase o abisma, corre ao seu encalço, vale sempre a pena que seja espreitá-lo em sua irradiação por trás da árvore.

Ocorrerá  sempre uma congratulação no céu no entardecer quando seu íntimo,  limpo de toda maldade, sabe contemplar e saborear o pôr-do-sol fantástico de cada dia.

Era cabal o Pequeno Príncipe ao aguardar,  com emocionadas viabilidades, junto à sua amada rosa, o espetáculo colossal que extasia, alucina e emudece seu ser por inteiro.

Cotidianamente, na temporada atual, sua janela se tinge de cores  vibrantes, das mais variadas, do amarelo clarinho ao laranja avermelhado,  lhe dando um cenário de ficar perplexa.

Esquece de tudo que não venha confirmar tal colosso, se põe a fotografar um radioso céu, com encanto no âmago.

Em seguida, se sente, automaticamente,  em estado de admiração festiva, transportando-se à outra dimensão, muito mais sublime, onde o amor reina em seu coração, atrai coisas belas e sadias, ao mesmo tempo, grandiosas.

Numa irradiação, sente-se serena e radiosa como o crepúsculo de mais um dia vivido no dulcíssimo aguardo do derriço se assentar em seu ser, preparando-a ao novo porvir, com ânimo e generosidade.

O sol descansa e ela se refaz, na tentativa pacificada de viver  um dia de cada vez, na mais possível paz interior que lhe é concedida pelo Criador.

Faz parte dela, da composição do seu cenário interior.






segunda-feira, 17 de março de 2025

Retratar Florista

 

(foto pessoal  -.Guarapari- ES)

Simpatizava muito com flores de todas as espécies.

Uma amiga a acompanhava  nas peregrinações pelo prado, contemplava as montanhas com esmero. O vicejante da restinga,  ao longe, a encantava demasiadamente.

Abonava o cesto floral com toda sutileza para não melindrar alguma florzinha mimosa.

Permanecia horas sentada num tamborete feito de tronco de árvore  na adjacência do seu preferido jardim formoso.

Na realidade, o cenário era divino, tanto o local paradisíaco, as moças floristas, o prado verdejante, os belos primores do campo e o ar puro que os enlaçava a todos numa beleza descomunal.

O que mais lhe tocava o coração era poder agradecer ao Criador por tantas delicadezas que a circundavam.

Ouvia o sonoro canto dos pássaros na copa da árvore como se fosse uma sinfonia a emoldurar tão garboso momento.

Tinha doçura de menina e suas mãos, a maciez das pétalas aveludadas que tocavam. Seu perfume era de jasmim. Seu sonho juvenil era flóreo e odor agradabilíssimo como uma camélia rubra.

Desabrochou para ser predadora de flores.


domingo, 16 de março de 2025

Amontoado de Belezas




(foto pessoal - Buenos Aires - Guarapari)



Costumava flanar pela natureza. 
Era seu natalício, seu primogênito a levou a passar uma parte do dia num local de visitação pública  muito aprazível. 
Fazia parte do lindo cenário,  um lago em meio ao exuberante verde por todo lado a preenchendo de saúde mental.
Chamou muita atenção dela um grupo muito unido,  mais amontoado como penca uniforme estava debaixo de uma das árvores do percurso.
Quanto aconchego o bando demonstrou a seus olhos bem atentos a todas novidades do precioso campo de passeio. 
Um racimo tem sua própria beleza e união,  não é  em vão que os gaúchos usam a expressão amontoados como uvas em cacho para várias circunstâncias.
Logo se lembrou do cenário que desentediou seu olhar ao se deparar  com o enunciado.

Favorece muito a manifestação da unidade!


Cerúleo Estiloso

  (foto do filho Praia da Costa ES) N um momento precioso de firmamento cerúleo, saiu a passear com boa disposição de aproveitar bem o dia....