(foto pessoal Araruama RJ)
Tudo era sombreado ainda, quando pequenina, almejava ser professora na cidade interiorana.
Jamais poderia imaginar seu destino vocacional, lecionou no interior e na grande metrópole descomunal.
Tem memórias dos lugares vários. Em posição de lótus, fecha seus olhos contemplativos,
No percurso, há muito ido, recorda-se, como vultos, de alunos, corpo docente, festividades, atividades.
Muito ânimo e generosidade, vocação de coração.
Tudo foi ficando atrás dela, como sombras, seu rumo agora é o presente e o futuro com lembranças bonitas, felizes, são seu pôr-do-sol, seu ocaso benfazejo.
Uma vida vivida em prol do bem comum, de planos educacionais sadios, perfeitos, realizados.
É grata ao Bom Deus, ajoelhada agradece a vida profissional almejada, sonhada, não esmorece.
Realizada na vocação, contemplada no coração, com sua visão.
Não houve escuridão eterna em sua carreira. Sem arrependimento, com baixo salário, vive contemplada com seu soldo, sem apuros não solucionáveis.
Nada melhor do que a realização pessoal em termos de vocação assumida.
Clara, primorosa escolha, sem rasteira, seu caminhar no magistério foi extraordinário.
A menina, aos cinco anos, soube escolher bem, com precisão, não houve negritude da escolha, o sol brilhou até à fase final.
Há plenitude em sua alma, esmero no acatamento, envolveu-se com todo cenário da Educação.

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Querida Roselia,
ResponderExcluirTeu texto é uma homenagem suave e luminosa à vocação do ensinar. Escreves com o mesmo cuidado com que uma professora escreve no quadro: palavra por palavra, traçando não apenas lembranças, mas gratidão.
A narrativa acompanha o caminho dessa menina que, ainda pequena, sonhava em ensinar e que, ao longo da vida, viu esse sonho florescer tanto no interior quanto na grande cidade. Há em tua escrita um tom de meditação: o gesto de “fechar os olhos em posição de lótus” traduz o recolhimento de quem olha o passado com serenidade, sem arrependimento, apenas com o brilho das boas memórias.
Tua personagem que é também tua alma reconhece o valor de uma vida dedicada ao bem comum, mesmo sem grandes recompensas materiais. Mostras que o verdadeiro salário do educador é o sentido do que se faz, não o número no contracheque.
No fim, há um sol que permanece aceso: o sol da vocação cumprida, do dever bem vivido, da escolha clara e fiel. Tua crônica é uma prece mansa de agradecimento e o retrato bonito de quem transformou o ofício em missão.
Com admiração e ternura,
Fernanda