Um belo dia, foi ao parque e, enquanto rodava pela roda gigante, ouviu uma conversa muito alta.
Olhou para todos os lados e percebeu que vinha do jardim colorido bem à frente do brinquedo que a divertia tanto.
Uma violeta dizia à orquídea porque ela não era mais humilde, A charmosa por sua vez, descarregou sua raiva na pequena margarida amarela e lhe questionou porque não mudava o disco do malmequer.
Ela, chateada, deu uma olhada ao redor e percebeu a tulipa radiante, não perdeu tempo de desopilar sua indignação e lhe contestou sua altivez. Por conseguinte, a elegante flor não se conteve, se dirigiu ao cavo e fez alusão às brigas que ele tinha todo dia com a rosa.
Lá do alto, a joaninha ria da insensatez das flores que perdiam tempo em comparações e acusações sem piedade.
A menina ficava reflexiva, enquanto ouvia o rosário de lamentações do jardim, em suas flores, lá embaixo.
Nas alturas, via tudo tão bonito, enxergava muito melhor do que antes de subir.
Será que as flores não percebiam a beleza de onde estavam e, no conjunto, não viam que todas eram lindas e importantes?
Pensava a menina em seu coração e lamentava porque se perdia tanto tempo com fofocas chorumelas, tendo a natureza exuberante como local de moradia.
Nem sequer davam importância ao Jardineiro que todos os dias lhe trazia o sustento.
Não se entusiasmavam pelo ambiente perfumado onde elas poderiam habitar sem se ferirem com os espinhos que algumas tinham de nascença, mas que não teria problema, se todas se respeitassem e ocupassem seu lugar comum com a dignidade com que foram germinadas.
Até a vida das flores tem cada uma.
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