Doravante Amará

 

(foto pessoal)

Rezou, porém naufragou quando a amedrontaram.

Confiou, contudo sofreu quando se foram.

Lutou, mas esmoreceu quando enlutou.

Viveu, todavia viverá quando se entristecer.

Ajudou porque mereceu, quando também precisava.

Animou, entretanto esperou, enquanto se doava.

Cuidou, como se entregou quando a deixaram.

Acarinhou, se doou quando a solicitavam.

Compreendeu, embora necessitasse quando entendeu.

Amou, doravante amará quando desanimar.

Percurso Vital

 

(foto pessoal)

Adorava descansar na praia. Em toda temporada, ela viajava para antecipar a vida que deseja para depois que se aposentasse.

O mar com suas belezas azuis esverdeadas, coloridas de mil cores.

Os parques aquáticos onde as crianças se divertiam muito.

Os vergéis com suas flores, multicolores belíssimas.

As cafeterias mais discretas onde pode relaxar com as amigas num bom chá gelado ou capuccino mineiro, de acordo com o clima da vez.

Ela sabe que nem precisa esperar se jubilar, faz com que as pausas sejam frequentes, bem preparadas no dia a dia.

Ora como relax, ouvindo uma boa música, ora lendo um bom livro inspirador, tomando um cafezinho com calma em casa mesmo, preparando uma sobremesa gostosa ou fazendo uma comida saudável.

Pausar a vida não é perder tempo. Já se foi o tempo que, enquanto se descansava, se carregava pedra ou que não se deve deixar para amanhã que se pode fazer hoje.

Óbulo Grato

 

(foto pessoal)

Elaborava projetos e os punha em execução.

Não vivia de sonhos aéreos, arregaçava as mãos e ia para o arado.

O dourado dos campos fascinava seu pobre e nobre coração.

O milho e o trigo colhidos eram seu sustento do corpo e da alma.

Com eles, fazia seu próprio pão e bolos cotidianos, sustentava seus filhos. Era mãe solo e labutava com muito ânimo e generosidade.

Enquanto colhia seu milho, cantava agradecida ao Criador por não a desamparar.

Quando o debulhava, oração teria até o sabugo ficar de fora.

Espiga e cereal, pão e suor, entrega do ser e coração em oferta generosa de gratidão à terra.

Seu modo de viver era depender da Divina Providência, mas fazia a sua parte com desvelo, sempre grata por tantas benevolências.

Boquiaberta

(foto do filho)

Nada a deixa tão de perplexa do que o poente multicolorido.

O descanso do sol é inebriante, com ele, se refrigera feliz por mais um dia suplantado com Deus.

Têm outros elementos suplementares excitantes, como o céu cerúleo, por excelência, as flores em sobretons e o mar azul, por exemplo.

Outono Friorento

 

(foto do filho)

Todos os dias, à noite, põe sua peúga a fim de lhe aquecer bem.

Justiça seja feita ao outono bem friorento que anda fazendo.

Um chazinho quente com biscoito doce cai muito bem ao anoitecer.

O relojoeiro do prédio  não foi avisado para não a despertar cedinho.

Tem sido sua ruína acordar com o amanhecer ainda embaçado demais.

O jeito é deixar soninho evadir-se pelo ralo como água, despertar!

Avisar-lhe-á, evitando comprar um  metro de flanela, pois, cedo, faz frio.

Voo Incubado

 

(foto pessoal)

É um pássaro livre, nada lhe pode algemar, não permanece presa ao solo, na indecisão mortal.

Sente uma leveza e seu ser se amplia no horizonte infinito. 

Muitas vezes, quando está decaída, vislumbra sua sombra, repousa seu olhar e eis que, de repente, alça voo e relega seu minúsculo pensar onde não sente suas asas e se enterra no chão firme.

Para ser livre, não lhe bastam asas, precisa praticar o voo.

Fascinação Flórea

 

(foto pessoal pintada pela autora)

Passeia pelo bosque na primavera da sua alma, vê um jogo de luz, o sol brilhando entre árvores, folhas verdes em diversos tons.

Raios de sol pousam em sua pele, tudo é festa na natureza, há vivacidade nela.

Ganha surpresas cotidianas, o nascer do sol e o poente.

De canto e recanto por onde passa, olha uma flor em seu coração.

No final do seu passeio, reúne um lindo ramalhete floral, colocando-o no vaso do seu viver.

Depois de banhar-se com água de rosas pegou um pincel, tinta acrílica e começou a pintar.

O resultado perfumou todo seu eu, não ficou imune à beleza da primavera, ela logo virá amenizar dores, revestir-se de cores, enfeitar-se com suas formosas, delicadas e frescas belezas mimosas.

Doravante, serão ela e o quadro floral um arranjo perfeito odorizado campestre para afirmar seu ambiente.

Dias Outonais

(foto pessoal - Anchieta ES)

Ela gostava muito dos animaizinhos, Já teve um poodle e sabia bem o que representam para seus donos amigos.

Ficou satisfeita ao ver todo empenho de muitos voluntários a tentarem salvar muitos bichos de toda raça.

Muitos pensam em abandonar seus pobres e indefesos animais pois não são pessoas, mas se esquecem que são seres vivos e sentem muita coisa como nós, humanos,  inclusive depressões, na ausência dos seus donos.

O que mais a emocionou foi ver uma guaiapeca nadando no ar tendo sido já salva, por reflexo condicionado, no colo de um salva-vidas depois de passar vários dias nadando para se salvar.

Eles têm ou não sensibilidade?

Tanto um como o outro, o racional e o outro intitulado de não o ser.

Não são simples caramelos, são seres vivos.

Vestir-se Amorosa

 

(foto pessoal Santos SP)

Sentia expressivo frio na alma, queria desenroupar-se de certas dores emocionais, Pensou numa cor vibrante bem colorida para levantar seu ânimo não tão generoso na atualidade.

Experimentou um vermelho cor de sangue, sentiu-se desconfortável, entretanto.

Pôs um delicado azul e melhorou muito sua sensação com a roupa tão linda, parecia uma princesa,

Fitou-se no espelho com atenção, sentiu-se bem, mas ainda com um pouco de nostalgia no coração.

Voltou ao roupeiro abriu as portas, admirou-se e aos seus mais lindos vestidos vaporosos.

De repente, seus olhinhos brilharam suavemente, sua pulsação normalizou-se Enfim, levantou-se, retirou uma peça bela, romântica e delicadamente suave num tom neutro. 

O branco do vestido lhe conquistou naquele momento, Enquanto tirava o anterior, ia sentindo um frescor interno, uma sensação boa de pacificação.

Uma vez devidamente trajada, rumou ao jardim, pousava sobre a ramagem como se fosse pétalas em formato de pequenos corações.

Elevada Paisagem

 

(foto pessoal Praia das Virtudes Guarapari ES)

Chama-lhe a atenção a vasta área de palmeira, quando está no Norte e Nordeste do Brasil.

Abre a fechadura do seu coração e contempla a imagem bela que por lá a encanta.

Aperta o cinto de segurança para não cair das nuvens por tão enlevada que fica com a paisagem que a fascina.

Seu ser se faz estupefata com tanta formosura.

Palmeiras e coqueirais são verdadeiras delicadezas divinas.

Esquadrinhando Idiossincracias

 

(foto pessoal Praia do Morro Guarapari ES)

Meninos brincavam na lagoa, chegaram dois meninos.

Um deles impediu que uma menina se juntasse à brincadeira.

Outro, muito extrovertido, logo chamou a garota, animadamente, a espiar peixinhos a nadar.

Uma mulher, limpando o terreiro próximo à lagoa, percebeu como foi difícil para ele aceitar a cordialidade do menino.

Ficou calado, fez manha, embirrado, se fazendo de rogado, tentando dificultar a aproximação.

A turminha insistiu, não teve jeito, ele isolou-se do fortuito grupo misto.

Coitado do pobre egoísta, ficou só.

Ao Alto!

 

(foto pessoal - Salvador BA)

Afaga-se com ternura e aos que lhe são caros ao coração.

A figura paterna faz com que ela solte fachos coloridos de foguetório interior pelo Refúgio que lhe cuida.

Pede o Fogo do Espírito para lhe dar o dom do perdão e afugentar toda dor que queima seu íntimo.

Foge para seu eu real, cria fagulhas atmosféricas amorosas, é a solução ideal.

Não se deixa ser figueira estéril.

Minimizar Indolências

(foto pessoal Praia do Morro Guarapari ES)

Num ciclo de sonhar formosamente, ainda vemos pessoas carrancudas, sem afetos ordenados, provocando o semelhante implacavelmente, difamam seu próximo, afrontam com ódio no olhar.  

Seria como um mandamento a seguir o cultivo da fraternidade.

Desarmar arrogantes, orgulhosos, desnaturados, pois a vida não passa de um sopro e todos seremos pó, nada mais. 

Oxalá olhares sejam dóceis, expressões faciais sejam amenas, indiferenças sejam minimizadas.

Seria história de vida plena, mas raramente tem sido. Que lástima!

Natureza Viva

 

(foto pessoal Rondônia RO)

Viveu um período na Região Norte do Brasil, lá, pode conhecer outro panorama muito diferente da Região Sudeste onde nasceu e cresceu.

Uma coisa era saber dos livros, outra bem diferente era conhecer, ao vivo, a cores, toda a fauna e flora brasileira da região.

Cada um que ia conhecendo muito próximo de si, nos passeios que fazia, na mata amazônica, lhe deixava desconcertada. Uma novíssima realidade estava diante dos seus olhos.

Tinha uma atenção especial a todos e fotografava com muito gosto para não perder da memória tudo que seu coração via e sentia.

Os tucanos eram os mais curiosos para ela e faziam seus ninhos no oco toco.

Ela ficava um pouco amedrontada com o tamanho do bico do animal, mas a importância ecológica era o que contava.

A região amazônica é rica na variedade e o papai deles tem uma plumagem muito vistosa que a deixava encantada.

Eles coletam alimentos, frutas, de árvores bem altas, difícil acesso, algo bem incrível que ela gostava de ver nas majestosas. Carregam sementes e são assim muito produtivos para a ecologia. São animais úteis.

Refletia como tudo na natureza tem um propósito e valor desmedido, O Criador é sábio.

Tocada pelo Divino

 

(foto pessoal Vila Velha ES)

Andava afoita por questões mil.

Seu mundo era em prol dos mais necessitados, entretanto, num belo dia, aconteceu algo inusitado. Sentiu-se desanimada em todos os seus anseios do bem.

Resolveu orar e logo lhe veio uma mensagem que recebera dum anjo celestial a fazendo crer que precisava de um tempo antes de resolver algo difícil.

Ganhou um vigor extraordinário. Seguiu em seu propósito sem dar trégua ao empecilho que tentou minar seu fogo e lema de vida. 

Prosseguiu no seu amar e servir.

Ânimo e Generosidade

 

(foto pessoal)

Este é seu mês... Viva! Oba! Aleluia!

A vida a impulsiona com largueza e sensatez. A cada ano ganha ânimo, maior desprendimento, capacidade de generosidade.

Dá saltos, com grande alegria, nada nem ninguém a pressiona.

Vive, finalmente,  sem algum desânimo, também não carrega arrependimento vazio.

Vida nova requer paz na alma e lealdade. Daqui para frente vai correr rumo à felicidade, não quer ter só razão.

Vive com muito mais emoção! Vida que segue com gratidão.

Pássaro Lesionado

 

(foto pessoal)

Vivia solitária, acabrunhada numa minúscula gaiola. Um dia lhe prenderam, sem piedade, ela se acostumou.

Apesar da porta aberta, não tinha ânimo de voar, tinha medo de se machucar de novo, de lhe ferirem com tanta maldade humana que existe ao derredor. 

Vivia acondicionada dentro do seu casulo, sem força para mais nada a não ser contemplar a natureza. 

Lazer Vespertino

 

(foto pessoal)

Gostava de tecer, nas horas vagas, tinha por hobby fazer seus crochês e tricôs. Como não tinha gato, trabalhava sem que ninguém embolasse suas linhas.

Acontecia que algum novelo, ao tirar o rótulo, vinha mais enrolado do que linguiça de venda.

Com toda paciência, tecer era terapia para ela, desdobrava e fazia outro novelo bem arranjado, pronto para pôr mãos à obra novamente.

Assim permanecia ela em seu lar no remanso.

Além da Diligência

(foto pessoal)

Quando ia passear por um lugar, mesmo os que  estivesse já estado por lá, observava a paisagem, Sempre havia algo surpreendente a contemplar.

Novos verdes, novas flores espalhadas pelo campo. As mimosas espargidas pelo prado viçoso, ainda mais molhado de chuva fina, deixando tudo mais belo no lugarejo. Num só dia os olhos se enchem de deslumbre de todo tipo.

Não basta só curiosidade, claro.

Exige dela todo cuidado com o lugar. Não pisar onde é proibido é só o primeiro passo. Depois, olhar com os olhos do coração.

Urge amar a natureza presenteada por Deus.

Tem tanta coisa escondida que passa despercebida aos olhos dos não curiosos e não cuidadosos.

Usa sua curiosidade para exaltar a Criação Divina. Deixar de lado os defeitos dos vizinhos é ótima opção também.

Atiça sua curiosidade para o que convém.

Ninho Vazio

 

(foto pessoal)

Era uma mãe cheia de preocupação com o futuro dos seus filhos, quando pequenos.

Até que um dia, eles cresceram, cheios de vitalidade e formosos em seus corações.

Vendo que ela andava tensa, mesmo quando cresceram, começaram a lhe dar conselhos para ela procurar a sua realização e felicidade.

Propiciavam passeios de todo tipo, encontros festivos, dias mais plenos, materialmente e nos demais níveis.

Começou a viajar, a se deliciar com a vida, para todo lado ia, de lá para cá e de cá para lá, como num eterno balanço, de corpo e alma. O fato de balançar o seu corpo pelas ondas do amor, da fé e da esperança, não deixava que ela ficasse estática, sem flexibilidade alguma diante dos fatos reais, ainda que seu coração chorasse, à mercê do vaivém da vida que, apesar dos altos e baixos, foi leve e suave como fardo carregado pelo Mestre que lhe rege a sua vida.

Eles voaram...

Amante do Mar

(foto pessoal Anchieta ES)

Foi um domingo memorável, saiu cedo a caminhar e só viu belezas.

Ficou perplexa com o que viveu no verão, havia gente que nem formigueiro por todo lado. A praia estava superlotada, de todos os cantos minaram pessoas como se fossem um manancial na natureza a céu aberto.

Um ônibus muito moderno e elegante descia com turistas, o povo fica admirado com tanta beleza da sua cidade turística.

Exatamente assim estava a praia que ela admirava a uma certa distância, respeitando as medidas de conveniência dos perigos iminentes que surgem em ocasiões assim. 

Tem barcos, lanchas jet sky, iates, pranchas coloridas e muitos guarda-sol de todos os tipos e tons, um verdadeiro carnaval marítimo por lá.

Assim que retornou, depois uma hora de sombras das árvores, já tinha planejado escrever sobre o que viveu e a extasiou lá fora.

Para sua alegria, teve mais certeza de que um dia assim, como o do postal vivenciado, vale por muitos de chuva e céu cinzento triste que viveu em muitas ocasiões.